29.12.20

Propagações

Pareceu-me ouvir a tua voz, meu amor. Desculpa se me confundo até com as ondas sísmicas do meu coração

Não sei o que me queres dizer mas sei que não entendes as mágoas do meu peito

São propagações da minha alma insatisfeita que se cansou de tanto contemporizar a esperança

Jamais nos voltaremos a ver, como a abelha vê a flor, nem nunca me estreitarás a ti numa realidade ao pé da pele

Nunca sentiremos o mesmo vento nas faces coradas, nem sequer o mesmo riso sacudirá os nossos corpos 

Certamente esperaremos pela palavra um do outro, muitas vezes em vão, outras através de cruzadas cegas de monogramas e enigmas

Então, tudo é inútil, não vês? Falhámos o tempo, invertemos tudo e agora não sou mulher para ti nem nunca me hás de querer assim

Tenho a minha paz armazenada para a longevidade que tiver. É tua, se a quiseres

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