Quero ser outra. Preciso de ser outra, sendo a mesma. Tragam-me um novo espetro de luz para analisar, uma lágrima doce que limpe as mãos e uns lábios serenos que me beijem como se me elevassem ao altar da criação.
Um átrio de verde incandescência, um quotidiano às pintinhas, qualquer coisa nova, a própria cor dos olhos ou das cervejas, um sabor novo das vinhas.
Quero mesmo ser outra. Passar as manhãs com as rosas, limpar o rosto com orvalho, lamber gelo nas janelas, rebolar na erva como fazem os coelhos, acender fogueiras e fumeiros, pintar o sol em seus lugares cimeiros.
Pode ser que a vida proceda para o universo azul da nova idade. Ser nova, ser eu, ser uma chama de viva liberdade, amar doidamente a amada fronte com frescos louvores, café e natas
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