3.2.21

Clandestinidade

Esta noite a lua oculta pinga leves gotas de luz, num planeta molhado doente e infeliz. Somos barómetro das verdades, intensas de chuva ou de sol. A água dos rios regurgita lodo, nas margens frescas circula o pó. Erosão dos sentidos sós. Sopra-me um vento frio e tudo me parece clandestino. Busco-te na malha fina da vedação. Vedamos o coração com uma rolha encardida, vedamos a boca com inúteis versos, quando a noite que pinga leves gotas de luz, vem molhada, doente e infeliz. Mas só a poesia nos dá as mãos, com febre, tremor e um vislumbre de voz ao ouvido: és tu?


Sem comentários:

Enviar um comentário

Deixa aqui um lírio

Recentemente...

Ângulos

Escuta Esta noite é mais aguda. Alguns cães ainda ladram à passagem da nossa sombra. Eu estou sentada no eixo duma escuridão sem nome. Tu re...

Mensagens populares neste blogue