27.3.21

Big Bang

Sabes que não resisto ao apelo do teu corpo, ao sopro da tua voz, ao relento do teu abraço, ao lume dos teus olhos, ao incêndio das palavras, mesmo que agora sejam larvas de um estado novo.

Passado o delírio, o esquecimento, a trova musical do reencontro e depois a quebra, como se a corda acabasse (mesmo com o coração a dançar), chegamos ao limite da descoberta, para além do qual existe uma espécie de espaço criado a partir do vazio, a expansão de um novo universo em nós.

Não sou astro, nem estrela, nem tempo, nem átomo da criação. Sou uma mulher frente à morte súbita do chão, com um golpe de lutador. E nem sequer sei lutar. 

Diz-me tu quanto vazio há por preencher.

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