celebro o vinco, a nervura, a aresta aguda, o risco gravado no chão profundo do corpo
celebro a passagem arrojada entre a palavra e o gesto, sendo o gesto palavra aspeada e solta, sendo a palavra gesto ousado e lúbrico
celebro a noite iluminada, na natureza do verso mais fundo, da busca mais dentro, celebro a tua pele, puro ouro ardente
celebro-te na ponta da palavra
com o sangue aceso sou aguardente, água-marinha, água crescente, fervo de amor por ti e, ao lume da tua intenção secreta, o teu desejo e o meu são um somente
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