Há quantas luas levamos o tempo às costas, nas mãos alagadas de suor?
E há quantas luas lemos os seus sinais, as nuvens que a encobrem, rasam, decoram, enquanto passam secas ou cruéis, conforme nos amamos, afastamos ou aproximamos?
Há quantas luas a tua pele na minha, o corpo mitificado e tenso, na volúpia do simples roçar da palavra?
Quantas luas inflamadas arderam sem cair, em quantas fomos silenciados ou acesos ou tomados pelos lábios, na urgência de dizer?
Quantas luas amantes passámos em silêncio, abraçados à ausência?
Não importa quantas luas fomos, porque em cada uma nos pensámos, nos deixámos escorregar para o amor e, em doces pensamentos e murmúrios, nos embalámos e abalámos juntos para um infinito por abrir.
Hoje não sobra espaço entre nós. Abraço-me sob a Lua 🌙 ao teu coração.
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