estamos rodeados de um imenso tempo, de uma imensa massa de gestos e abraços e de um passado imenso, com a imensa paixão do tempo, noite, manhã e tarde, sempre um gesto intenso
vinham dobradas flores na fala, flora entrelaçada que de mim para ti, de ti para mim nos acompanhava
vinham impulsos secretos à vista de todos que ninguém quebrava, porque ninguém nos via nus na palavra
tudo nos voava, tudo nos achava, até a incerteza nos aconchegava
estamos no tempo, vivemos tempo, crescemos no tempo, de mãos tão doadas como ramo ao vento
meu amor, o tempo ruiu-nos, o tempo roeu-nos e não deixou nada - só um chão sem terra, um leito deserto, uma pedra acesa no sítio da alma
mas o tempo é eterno, pode ser agora que vai começar. a prova do tempo é permanecer e, se eu te perdi, onde te hei de achar?
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