Tenho o dom da imperfeição, esse atributo oculto que só eu sei. E aquela curva obtusa ritmada de abismos, sou eu a quebrar a sintaxe dos meus versos, a obturar as palavras por dentro, minando-as de explosivos sons, álgidos medos
As palavras que guardo são como travestis sem referente nem significante, nuas por dentro, porque as escrevo do inverso limbo do peito
Escrevo apenas porque me ardem os dedos e as penas que trago são os meus segredos
Reconheço a pena que não tenho dos meus imperfeitos desejos
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