11.4.21

Chuva

A chuva a apagar devagarinho os laivos de amor no terraço

A memória da casa a escoar o teu riso pelo algeroz

O fluxo de água a apagar os corpos, queimados membros de pele numerosa

Sempre o silêncio pingado em cima do telhado, a espalhar nostalgia do tempo em que a chuva nos abria o coração por dentro

Sou água lavada do tempo, memória alarmada da ausência que nos lavra o ventre


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