Estou desfeita em mil bocados de dor, cada um a voar em sua direção, como após as explosões de gás nos bairros velhos das cidades
Estou entre tantas vidas e nenhuma vida é minha, nenhum risco me risca o corpo, nenhuma risca acresce ao vestido simples que levo de noite
É tudo tão patético na vida das pessoas, todos somos seres rastejantes que buscamos algo do lado dos outros, um corpo, um sabor, um encantador de serpentes, o plágio, a bebedeira, a compaixão, o desejo, um orgasmo fácil, uma noite de farra, uma meia sem malhas, coentros, um sorriso perdido, a inversão de marcha, o fim da penúria
Não há. Já houve e esgotou-se. Não esperem nada de ninguém. Abram a porta a vós mesmos, rastejem para dentro, procurem o que não têm, mas longe, não aqui, não aqui, não nos outros, por favor...
(Texto não dedicado a quem costume ler-me)
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