Uma mensagem na botelha, muito sucinta e bravia, a mensagem, que a garrafa é de uma multinacional qualquer e tem espaço demais para o dito. E o dito é a afirmação universal do amor, numa embalagem de cetim e ternura, muito celefone às riscas e beijos com pintinhas. O dia prossecuta-nos, executa-nos, exulta-nos de uma estranha ironia. Quanto mais trabalhamos mais nos desfazemos num pó agudo que magoa. Parar para um poema, uma frase de amor, um sorriso amorável, do tipo amoroso, é tempo saboroso que não sobra. Mas uma mensagem transportada pelas ondas, num barco de vidro que nos flutua no coração é coisa que rouba segundos ao imperativo liberal da superprodução.
19.5.21
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