domingo de manhã, morna certeza da existência, este estar com o dia e com o tempo e nada mais desejar do que o devir sonolento da estação
ao domingo de manhã os gatos gostam mais do sol e ganham mais alento
os cães passeiam mais tempo, fartos da sua urbana confinação
eu confesso que nestas manhãs aprecio um café sem notícias do mundo, sem qualquer sobreaviso de abusos e de contratempos, sem qualquer espuma de negra maresia, apenas quero saber dos meus amores e continuar a ouvir o que o amor me dizia
a solidão do domingo mata, quando queremos por força inverter o curso da vida, ou quando a janela é estreita e estreita a alegria. porém, mais nos mata a morosa e destemperada cruzada do dia a dia
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