Falto tantas vezes aos encontros com a vida que até me pergunto como a vida ainda me encontra.
Por ti, decido viver. Pelo menos, temos uma noite em comum para atravessar.
Por isso, meu amor, dá-me a tua mão, porque há noites mais negras que o alcatrão, mais perigosas que um bacilo, traiçoeiras como o olho das serpentes ou a cauda do lacrau.
E o simples facto de a noite ser nossa exclui todas as criaturas das sombras, todos os nomes imorais, os abjetos obreiros do caos.
As pobres almas esfomeadas de vida ou de amor, que fiquem à porta do mundo que atravessamos na noite.
Fecho os olhos. Vejo os teus. Recordo o sorriso, o rosto belo. Vamos juntos pela noite, numa via látea de amor. Como tudo pode ser diferente...
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