Já deves saber do colapso da montanha. Foi erguida em areia, nunca podia resistir a tanto vento.
A montanha abateu consigo os ossos viçosos da paixão, a areia de então, os finos dianantes de sal.
Deves saber que a poesia é agora esta asa rasa que perdeu o impulso dos ventos.
Talvez não saibas, mas eu afirmo a pés juntos que antes e depois de ti foi o vazio.
Agora vibro, com um pequeno rubor no sismógrafo.
Vibro ao ver-te e só vendo, imaginando, sondando, mergulhando no teu olhar vejo o longínquo paraíso do breve amar.
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