Este tempo morno, infetado de infeções
Este tempo atroz, que nos mata com a suavidade do algodão
Estas bocas projetadas ao longe a lançar o grito da morte e o chão seco, senhor
Algorítmos promovem a fome de todas as coisas passadas e presas na garganta e nós queremos beber
Não sobra nada dos belos girassóis - soltos ao vento, para nunca mais, como nós também (queremos viver)
Estes tempos plurais pisam a singularidade dos seres e, se flores formos nós, terra nos faltará, insectos nos cobrem o sol, como no antigo testamento a praga do faraó
Sem culpa, nem razão, sem reagirmos, sem darmos a outra face, ou a outra mão, vamos
Estes tempos são caminhos secos e, se sonhos temos, resta-nos o riso louco, tão lúcido e louco como nós (somos?)
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