25.10.22

Diálogo solto

Encosta a cabeça ao sonho e vai, como se essa cambraia fina fosse a vela que te faz de novo loura e menina

Rendas são lívidas horas que me prendem nos teus braços 

Não leves para os teus sonos as ervas que deixaste rasas e pisadas

Meu amor, as tuas parábolas denunciam o teu lugar no meu futuro passado

Sim, mas podes sonhar com um lugar na madrugada. Penso em ti, na orla das tuas armas

E eu sinto-me inteira, cerzida, reunida com a lisura do sono, resgatada no último momento

Dorme apenas. A sirene toca lá fora. Acabaram de resgatar uma alma verdadeiramente desgraçada

O que eu não sou. Enquanto existir serei forte como nestas noites de palavras

Não sabes. E se nada nos salva?

Só o amor nos pode (re)ssalvar da morte. E eu serei fina e alva, minha língua nítida na tua pele se fará ave

Assim seja, amor da minha alma. Agora vai que é noite e tarde


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