18.11.22

Cantiga de amigo

Ai, amigo, veio de madrugada, a asa suave, veio na suave madrugada, veio na asa da madrugada a suavidade desejada

E o sono fechou-se no sabor do fruto enamorado

Uma sombra, pele indistinta, suavíssimo ardor do corpo achado, ai amigo, o sono veio enfeitiçado

Veio no sono o corpo achado, no sono veio o indistinto, ai amigo, que suavíssima bátega de um silencioso afago

E o sono fechou-se no fruto enamorado

Na madrugada estava o teu corpo, indistinta voz apagada pelas sombras, apenas afago e desafago, 

E o meu sono fechou-se no sabor do fruto enamorado


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