24.11.22

O ar único do teu ser

Não enchas o peito de areia, quando o que buscas é o ar novo da manhã 

Verte a chuva, inverte o mundo, segue a pulsação do dia

Há mais marés do que noites (vazias) e, acredita, mais vácuo é o tempo que te roubam de dia

Mas se as marés se recolherem e se a noite ficar deserta, então, respira fundo dentro dela o ar único do teu ser

Tu és o teu ídolo perdido numa selva triste

Se não te amar o mundo, ama tu a tua pele e, simplesmente, existe, resiste, preza o amor que podes ter

Não a areia se o lume é leve, não a ascese se o corpo é fértil


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