Pouco importa. Estamos onde estamos, como quem só quer estar em qualquer um momento
Às vezes, na úmbria tarde as palavras altas chamas ardem momentaneamente
Tranças feitas, feitos os paramentos e depois sem sentido o lume cede e não acende
Não há um só fio de sentimento neste memorial tão de mármore e de cimento
Para ser poeta, teria de ter a dor dentro, a dor lancinante, a ponto de uivar no vendaval e murmurar no silêncio o teu nome, com nuances de seda e de um material iridiscente
Idílio, talvez ainda sempre, mas a poesia é outra coisa, é sentir as letras a doer cá entro, e a mão a tocar, de olhos fechados, o teu rosto, o teu olhar, a tua boca, a cratera onde te escondes
Não é um poema, é um caso de pura teima isto de estarmos na aresta de um momento apenas
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