Atravessar contigo o rio, comove tanto, o passo tonto.
Atravessar contigo o rio, uma pedra, outra pedra, saltas tu, salto eu, aqui dá fundo, ali não dá.
Ao longe o cais, e nós os dois, equilibristas, queda e vazio e arriscamos, perfeito amor, para nada ter.
Atravessar contigo o rio, comove tanto, o passo tonto.
Se caírmos, o rio é raso, o leito é largo, demora em nós o mundo.
Chegaremos ao cais, e se tu cais, ah, se tu cais, o rio recua para os canaviais. E o rio, o rio é tudo, tu és a pedra eu sou o fundo.
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