25.3.23

Imolação

A casa ganhou as vésperas do fim e o frio da fala interrompida. Saíste quando não quiseste entrar, a casa estremeceu no seu alto pé, enquanto o coração batia todas as suas portas e, silenciosos como corças na estepe, ficámos os dois a ruminar o tempo, a definhar no tempo, como uma aranha seca no seu próprio rio estagnado.

A casa acende luz como um farol, por pouco tempo. Todas as vezes que nos iluminamos é numa espécie de imolação nas palavras adjacentes ao vão, agora vazio, da casa de antes.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Deixa aqui um lírio

Recentemente...

Drawing a portrait

I've been drawing a portrait It should be your portrait But everybody seems to see  Someone else Maybe you are not you Or my portrait is...

Mensagens populares neste blogue