23.7.24

História Antiga

Varas aguçam a noite, plantadas no ponto alto da sombra, são como soldados ocultos nas fragas das ribeiras, ondeiam, espreitam, vergam os bambus para a lua cheia

É um cenário de murmúreas lendas, diz-se do mouro e da bela branca prisioneira

Cinzentos os cabelos e os olhos vermelhos, ainda tentam passar para o outro lado, a vau, o amor que não puderam ter logrado

Ficaram assim pelo caminho, mortos em vida e sem vida na morte

Mas agarraram a fuga, feriram a maré fria, caíram com as mãos e os corpos de mártires, unidos pelas águas e pelos sentidos

Ainda hoje os buscam, a bela branca e o negro mouro, nas faldas profundas da Ribeira do Fim do Mundo

Em tempos idos era lindo fugir com o amor e vencer o medo, lavrando com o amor o feio mundo

Hoje o amor não move como movia a aventurosa ébria melodia 

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