Que é pior que brasas, que o lume do sol, uma queimadura amarga
E nós, almas profundas, somos as achas
Se ousamos querer, o sangue arde, molham-se as pálpebras
E se querer só não basta, desejamos, esperamos, desesperamos
O que faremos, amor meu, com as cinzas que sobraram?
Um dia ainda havemos de apagar um lume destes com os corpos e com as almas
Ninguém poderá dizer que passamos pela vida e não amámos
Mas eu nunca fui poeta, apenas armei fogueiras com palavras
E lancei achas
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