24.7.08

a colina das violetas


pintura econtrada aqui


violetas que eu roubo à vida voraz e venho pôr a secar na página vazia deste livro de emoções. colecciono violetas para dar. mas nunca ninguém me disse que as violetas não viriam acenar na minha janela, e agora já sei. tinha diários extensos e havia sempre flores no fim de cada texto. havia fotos e os olhos buscavam o futuro. havia roupas felizes, brancas e sorridentes e um corpo que esperava dentro delas. e havia também muita gente, gente sempre à minha espera. já não me recordo bem por que me esperava tanta gente. subia a montanha em busca da violeta mais rara de todas. muitos a acharam e esqueceram dentro das suas memórias emaranhadas o local onde plantaram violetas na sua vida. mas eu nunca me esqueci da clareira. ainda sei o caminho para a montanha das violetas. é longe. preciso de acreditar muito no odor das violetas, para as sentir. é como se sabendo de mim, não tivesse a certeza se valesse a pena alcançar-me. valerá? e se me encontrar no caminho das violetas, elas passarão a vibrar nos meus dias, a surpreender-me a fala, a mimar-me o corpo, a perfumar-me os sentidos? para que me hei-de alcançar se é a solidão que me segue quando procuro as violetas? e se eu for feliz sabendo apenas que elas existem? guardando o sigilo das borboletas...

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