Tocam os sinos da meia-noite
Um barulho surdo e mudo
Como lajes sob os passos
Do desconhecido
Tudo está tomado à nossa volta
Não há lugar para as nossas rosas de amor
Tu afastas-me da tua vida
Eu afasto-me dos teus dias
E a ilusão é uma velha senhora
Que já não nos reconhece
Chegou a hora, meu amor
Chegou a hora de nos chorarmos
Porque os nossos jogos já se concluíram
Mesmo a tempo de recomeçarem
O zénite do meu corpo
Preso com um cinto dourado
A fechadura para olhar sem ver
A vizinhança da pele
Mais uma vez
É demasiado, ou é talvez pouco?
Porque nós amamos como os cisnes
Afloramos a pele como gatos
Mas é de amantes o pântano nas vozes
Mas é de poetas o brilho das palavras
Os sonhadores que nós somos
Sonham mesmo para além de si
Amar já não é o instante em que te busco
Ou em que te quero
Amar já não é quando nos amamos
Mas quando renovamos os votos
de um amor mais forte
É a alma embriagada que levanta voo
Para se permitir existir
Como se o amor a levasse
Para o clarão do desejo
o céu nas proximidades do inferno
E desse simples voo morrer
Amar-te como mulher
É encontrar o deserto florido
Sem flores para colher
Então eu amo-te como os poetas
E prolongo em versos surdos
O grito agudo dos pássaros
Quando constroem os seus ninhos!
(Tradução literal dos versos aí de baixo, em francês. Seria curioso publicar agora uma tradução, mas poética, jogando com sinónimos e com a sonoridade das palavras... Espero que ajude a compreender o que a outra tradução não revelou. E obrigada, Júlia, pelo interesse!)
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rsrs muito obrigadinha
ResponderEliminarestava mesmo aguardando
tanto q já havia dito aos amigos
claro, ñ coloquei aquela q traduzi
bjnhos Luisa amei!
http://www.youtube.com/watch?v=QbHpRb5aIYM