23.10.08

um rio tão solto
luzes na margem
- o leve sopro
parece a noite
que
aninha o sono
ou o soluço
a insónia que ouço
aberto e fundo
fragor da queda
no poço
imenso
do teu silêncio

rubis no ventre
velados véus
no palato palavras
como subterfúgio
ou escalada
para o absoluto
fim das utopias

não te sonho
fragmento
ou composto genético
de outras vidas
carne e verbo,
porém,
me contrarias
quando te alcanço
com as mãos
em concha
e te bebo
manancial e rio!

não me alongues
no espaço
como linha
que segue
no ponto de fuga
a própria procura
por isso não
sei iluminar o vazio
em que o teu mundo
me deixa
quando não existes
a não ser na vértebra
mais funda
da própria inexistência.

eu sei que estás,
como sei
da auréloa que a lua
agora mesmo veste
ou da precisão geométrica
do teu rosto
e tanto é quanto basta
para que um nome
seja um fruto
proposto!

beijo, beijo, beijo...

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