no quarto da noite uma porta estremunhada, eu que abro mais uma brecha na ausência, rompendo a meta de silêncio, este limite parado quase pedra presa à fala. meu amor, estas noites às vezes são enganosas, parecem ter um luar novo, ou uma aragem renovada, mas são iguais a tantas outras já vividas. o que as torna diferentes é apenas o sentir, que nos debrua a voz de forma mais delicada, com se açucenas nos vivessem nas palavras, e toda a nossa inclinação nos intimasse para um lugar chamado corpo na alma.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Recentemente...
Não consigo viver mais dias. Já são tantos e tão inúteis. Preparo lentamente a minha fuga, a maior de sempre. Será rápida e ninguém dará por...
Mensagens populares neste blogue
-
Ele costuma escrever-lhe cartas riscadas como vinil, cartas sem nome, curtas e voláteis, mas ela lia claramente o som da voz, a saudade da...
-
Entre montanhas planeio voos e plano sobretudo o lugar da ilha A vida existe mesmo que a não queira. Mesmo que a chame e a submeta aos pés d...
-
A idade é um percalço programado. Nas pedras é musgo e pó. No corpo é uma delicadeza de cetim amarrotado. Nesse pano acetinado a idade não s...
Sem comentários:
Enviar um comentário
Deixa aqui um lírio