25.2.09

...

Pintura de António Ferra

quando retenho as ancas
e as arcadas do prazer
é quando calças nas noites
o meu ser

e como cabe
em nós esse deleite
feito de linho e levemente
fluxo calado
a arfar no peito
colcha rugosa
de brocado rosa quente

prega tão funda
dos pés ao
vale do ventre
tua demora
lânguida e lenta
teu gesto cinzela
mais acima
em mármore
ardente

e não há neste leito
outro deleite
que não seja o silêncio astuto
a vértebra que verga
enfim a tensão crescente
entre as arcadas
e os anéis da cintura
o brando ventre...

.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Deixa aqui um lírio

Recentemente...

Não consigo viver mais dias. Já são tantos e tão inúteis. Preparo lentamente a minha fuga, a maior de sempre. Será rápida e ninguém dará por...

Mensagens populares neste blogue