mistério e mito, a manhã admite de novo o sol. anexo uma península à minha fala. istmo de uma sílaba inaudível, a voz da manhã assimila as flores e o fulcro do mel, congrega grinaldas e lumes na vã odisseia da pele.
hoje é dia de dispersar os atomos numa festa de riso e lentidão, como naquelas manhãs em que o estio pára tudo e só os zumbidos dos bichos nos lembra que o mundo ainda não se dissolveu e tudo que não vemos ainda existe, oculto nas ervas secas, amealhado nas flores resistentes.
hoje há uma brisa leve no ondear das coisas e mesmo na cidade, hoje é dia de flores. amanhã não sei se ainda saberei discernir o crivo das andorinhas em silvos melodiosos de júbilos terrenos. mas hoje, horizontes adiante, talvez o tempo me acrescente.
aliás, hoje é dia de ser sempre.
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