entre a última palavra e esta
a ponte circular
o lugar onde acerto o tempo
sempre a começar
em diapasão
um intervalo de neve
uma corrente passageira
a respiração que te precede
e vens com a ternura na gravidade da voz
vens ver-me e deixar os teus sinais
sei que não devia duvidar
mas ainda hoje me custa a acreditar
que tu, de todos os homens,
me cultives
como uma rosa no teu planeta de embondeiros
como uma raposa de pele de fogo
cativada e cativante
risonha, ou ridente?
como uma voz clandestina
a ler poemas na noite
como uma carta que se acrescenta
à penumbra e à solidão
e as prolongam
sim, a ponte foi longa
deste lado estamos
e o meu coração reinventa
e intenta o que dantes
tanto errámos
um beijo
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