2.3.11


sirvo-te o olhar cativado em ondas de mel e louvores de borboleta. sabes como gosto de te beijar na cova que deves ter ao canto dos olhos quando sorris e (e hoje o teu sorriso tem a altura das ondas maiores da nossa costa) e é bem verdade que não te sei resistir. nunca soube. deixo-me ficar perdida em tanto mar que tens nos olhos, um cachimbo de melancolia alojado neles e a distância que te ausenta tão brevemente exposta. não vale a pena esconder que a distância afinal está onde as mãos não se alcançam. em redor de nós fica o espaço da presença onde ficamos subitamente sem resposta, porque se escancara o abismo e recuamos fascinados. cuidamos em não cair, quando os cuidados são, afinal, já a queda. mas é tão bom cair, meu amor, ficar sem faixas a envolver os olhos, o corpo, os movimentos, as palavras. solta-te. solta-as todas. desembaraça o manto e reclina nas almofadas um suspiro que te adentre em mim, para mais logo, para mais agora, para mais sempre. mais chá? para mim é um beijo se faz favor. que seja fundo. 

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