9.9.20

A rua do desencontro

Os caminhos das pessoas são como as águas de Eraclites. Nunca nos cruzamos duas vezes no mesmo ponto. Mesmo que queiramos, esse ponto já não é o mesmo que antes se pisou.

As ruas que frequentamos só por acaso conduzem a nós. Tropeçar no amor, como numa pedra, isso é a linha da vida que nos cruza com o prodígio do destino.

Com amor e pelo amor, invertemos tudo, o curso do rio, o beiral da casa, a direção do vento.

Cruzo-me contigo em breves momentos. Não sei se te encontro.

Onde fica a rua dos desencontros?

Onde escondes a rua onde os teus olhos me ferem por dentro? Tenho saudades do tempo.

Não te ouço... não te cruzo, não sei medir o ângulo do desencontro.


 


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