Ele vem com os bolsos cheios de carinho, com o seu olhar entre tímido e sorridente. Um olhar que se fecha, mas não mente. Eu largo o quotidiano e rendo-me aos olhos e ao sorriso.
Tudo nele é ameno, como o mar tranquilo ao fim do dia. Amo-o por isso, entre algas e corais e seres de vidro.
Ele vem com o seu andar discreto, como se temesse o passo em frente. Eu dou por ele os passos todos. Invisto e insisto e recolho a maré, mas nunca deixei de ser a onda alegre, a areia azul.
Eu já não tenho reservas. É ele e eu amo-o. Ouço-lhe a voz e tremo. Sou um quarto de laranja a secar frente a um espelho.
A sua voz é pura carícia e eu rendo-me a essa música. Amo-o porque o conheço e o amplio com os decibéis dos meus discretos zelos.
Porque agora lhe conheço o corpo, amo-o.
Amei-o pela alma, pelo mistério. Mas depois do mistério tenho as linhas mestras do seu rosto.
E agora quero-o comigo. Beijo a sua alma, espero a sua alma, mas desejo o seu corpo.
Ele é uma estrela que caiu no meu mundo para me acender os dias. E eu acrescentatei com amor o seu brilho.
Ele... Fecho os olhos e reaparece tudo, um grande plano do seu rosto. Então, o filme desfila com cortes de esperança e prolepses de sonho.
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