26.10.20

Rap do amor corrente

deixar o amor ir pela corrente, puxar a corrente do amor, deixá-lo ir indiferente, luminescências do sol nas águas, olhamos ao longe o voo de águias, antes desaguar no ventre as águas mansas e a turbulência das almas, pela linha da tarde não corre a liberdade só o recorte duro das fragas e o leito acolhe apenas o rio

não há amarras, no amor só há corrente

sentimos a brisa levar o tempo rente às águas, não navegamos as guitarras nem flautas de nevoeiro, pensamos como feras acossadas, deixo o amor ir na corrente, recolho o amor pela corrente, salvo o amor da corrente tudo é decorrente da força que o amor ganha na foz

não há amarras, no amor só liberdade

deixá-lo ir pelo seu punho, que ele fique pela sua alma, uma luzinha se acenda e seja pedra na palavra, não no charco da vida parada

não há amarras, no amor só há verdade

que ele vá pela corrente, deixá-lo que não é contente, é como um afluente que demora a chegar, ou nunca chega, são águas cegas, não me podem desaguar

no amor não há amarras, mas quando queres nunca chega


Sem comentários:

Enviar um comentário

Deixa aqui um lírio

Recentemente...

Ângulos

Escuta Esta noite é mais aguda. Alguns cães ainda ladram à passagem da nossa sombra. Eu estou sentada no eixo duma escuridão sem nome. Tu re...

Mensagens populares neste blogue