A esta hora ouvem-se sinos em algum lugarejo transido de frio, talvez os animais regressem às cabanas, lentamente, sem ousar olhar as estrelas. Os animais olham a terra e o caminho em frente. A esta hora, alguém chora como chuva. A esta hora, fechaste a janela e olhas para dentro. A esta hora, penso em ti e ouço todos os sinos de todos os lugares do mundo. Tenho o nariz frio e apetece-me correr para um lugar onde o sol ainda se esteja a pôr.
A esta hora, só podemos reter a respiração e esperar que as sombras se recolham.
Imagino-te feliz, de olhos prolongados no escuro. Eu também. Veremos mais longe, muito mais longe, depois de derramarmos mais vezes este amor.
Como dois loucos, libertos enfim de qualquer coisa sem nome...
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