Com têmpora

É agora, a tua melhor versão  pronta e o colo cheio. Agora ou jamais terás o viço de encher de vida o teu canto.

Sabes que é agora. Veste o teu melhor vestido e molda o corpo nos enleios do amor.

Resiste a tudo que tens amado, retalha a lua que te mente, sai com o sol aos ombros, na cambraia fina de qualquer manhã. 

É agora, sabes? Pois ainda te tens, ainda respiras e corres nos campos como louca, arrastas as noites como feridas, arrancas a pulso as letras e os minutos. Ainda hás de ir ao passado buscar o futuro.  Não  terás nada, mas parecerá que tiveste tudo.