Quando te penso, e tanto te penso, quando te lembro, e lembro-te em tudo, quando te penso, amor, teu corpo sólido, morenos os braços, doce a voz, luminosos olhos cheios de mistério, quando te projeto nas coisas banais do dia a dia, sinto que vivo um destino épico, porque te tenho no coração, no lugar onde poderia estar a amargura, a morte, a negra solidão.
Temos sorte. Fomos planeados para existirmos como arautos dos grandes pequenos gestos de amor universal, amor incondicional, porque nascemos e existimos para além do tempo e muito além da matéria sideral. Somos puro amor.
E eu tenho sorte. Os meus olhos sempre te anunciaram como aquele que me segue e a quem eu sigo. No deserto, na vida. Na coragem de limar a existência por vezes dura.
Atento-te, como a cotovia atenta o dia, como o lobo atenta a noite. E atento-te pela tentação do corpo, o abraço fundo e o peito moço.
Ver-te é desejar longamente o teu corpo.
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