o livro ao virar da linha
a última fonte que sopra ainda
é um herbário de verdura ida
tudo é já tão plural
tanta sílaba amortecida no corpo
e no abandono
tanto afago ao viés da vida
caminhos que ocultei
tamanhos limbos
que não vivi
até onde pode ir o fascínio
que fica cego e insano
a comandar o destino?
anos volvidos de um amor contínuo
não és nada de repente
um escolho que oprime
aquele que te era amigo e amante
anos volvidos
e o amor é um cinzel
que atravessa o coração
para sangrar com mais força
o que nunca sequer existiu
mas foi sangue e viço...
terminemos o livro que ninguém lê
deixá-lo a boiar solto por aí
talvez um dia quem o encontre
me saiba e diga:
quem foi que viveu aqui?
.
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