Pintura a óleo de Renato Pereira
o tempo flutua quando me falas
flanela leve falua
fonte de onde brota inesperadamente
o fonema aberto a vogal crescente
da voz plana que é a tua
vem, investe o tempo
na muralha nua
na boca que pressente o sumo
a sede contínua que continua
acalenta-me em silêncio
a melodia que é fuga
na sintonia dos sentidos
que é bruma e incenso
se te ouço,
o tempo flutua...
e toda a natureza que nos habita
parece mais natural, mais íntima
e a tarde, inteiramente nua
.
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