Estou a beber uma cerveja preta artesanal. Nunca pensei que me pudesse saber tão bem uma cerveja preta a rematar uma semana trabalhosa, insana. E esta tem o sabor indefinível do malte e do café, que não costuma fazer parte do conjunto, mas pronto, é boa. O bar é uma espécie de Cheers onde não há mais ninguém, mas também não preciso. Tenho uma enfiada de garrafas à minha frente com as quais podia ficar a conversar até a casa fechar.
Penso nas pessoas que perdi, recordo as pandemias e as doenças todas, os pobres refugiados manipulados pelos poderosos, a gente sem casa, ou sem água e luz, sem comida, e ergo a cerveja preta por todos. Toda a gente deveria ter momentos assim de vez em quando. Um bar em silêncio e uma cerveja preta artesanal com sabor a café.
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