cítaras no silêncio que escorre pelos muros
como se o azul tão quieto nos segredasse juras
ou promessas de dias sem fim e coisas duradouras
é assim a desatenção do medo: recolhe-se para dentro
e fica tão fundo, tão esquecido que o tempo inquieto
já parece ido e até o amor é um lugar denso e fluido
que se move na litoesfera do ser, magma contido
é assim a desatenção de tudo; gerânios calmos,
rosas resistentes, algumas aves, voos calculados
nos ramos leves, em lugares esquecidos
estamos assim tão em silêncio
que a vida se produz à margem de qualquer desejo
eis as novas do meu ser que me revertem e a mim somente
porque tudo que era ficou seco e quieto de repente.
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