8.10.21

A mulher e o rio

A mulher e o rio, corpos que se esculpem na pele de uma terra amada

A mulher é navegável e navega, adensa o corpo e molda o corpo às margens separadas

O rio reinventa a pele fresca, a água de prata da pele suada

A mulher pode ser imensamente longa, como se fosse a estrada e não o caminhante, o rio e não o barco

Há mulheres que são rios sem leito, ou leito seco que não recebe água

Eu sou mulher, logo sou um rio com ou sem leito, não muda nada, mas corro, leve regatinho que engrossa do nada

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