Fomos num pico de tempo, o mar vivo das palavras
Armámos setas de uma guerra prometida, quando chegavas
Ardeu o chão, a alma, a própria vida
Só nos restou do barco a velha quilha
E de todas as memórias lembro a velha profecia
A dor da despedida dói menos que a dor da morte em vida
Por isso
Lançamos setas de uma guerra prometida
E dos anos que passaram, lembro aquela ventania
Muito cedo nos achámos, sem saber quem nos perdia
Duas estrelas a chocar, na noite dos prodígios
São setas de uma guerra que nem um deus maior venceria
Nem mesmo os faunos em altas melodias
Nem mesmo as mãos que a vontade nos unia
Por isso
Foram anos e anos, noite e dia e, se o tempo nos levasse atrás,
Tudo de novo eu faria, vento de paz
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